Associação de delegados não descarta medidas judiciais contra eventuais arbitrariedades do ministro da Justiça

Após reunião da Diretoria Executiva, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) afirmou que não descarta a possibilidade de ingressar com medidas judiciais e administrativas diante de qualquer arbitrariedade que venha a ser praticada pelo Ministro da Justiça.
Por meio de nota, a entidade manifestou “total repúdio” às graves declarações feitas recentemente pelo Ministro da Justiça no sentido, de que afastará, sem provas, Delegados e policiais de investigações criminais.
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, sinalizou que vai afastar da Operação Lava-Jato delegados que atuam na linha de frente da operação em Curitiba, base das investigações que tramitam na primeira instância da Justiça Federal do Paraná, sob a responsabilidade do juiz Sergio Moro. “Além disso, a informação de que o Diretor-Geral da Polícia Federal poderá ser trocado em razão do descontentamento do governo com a atuação republicana, isenta e imparcial da Polícia Federal, demonstra a fragilidade da instituição e a necessidade urgente de aprovação da PEC 412/2009”, aponta a nota.
PEC
A PEC em questão foi uma das revindicações dos últimos protestos. Em tramitação no Congresso Nacional, o texto prevê a autonomia orçamentária, administrativa e funcional da Polícia Federal. Para a ADPF, a postura do novo ministro deixa evidente a necessidade de previsão legal de mandato fixo para o cargo de Diretor-Geral.
Vigilantes
Os Delegados de Polícia Federal afirmaram que permanecerão vigilantes a qualquer possibilidade de ameaça de interferência nas investigações. “As manifestações públicas recentes demonstram que a população brasileira não deseja uma Polícia Federal controlada pelo Governo, e, sim, uma Polícia Federal de Estado, firme e atuante contra a corrupção e o crime organizado”, conclui nota.
Com informações do portal Contas Abertas
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