CPI quebra sigilos de governadores e não convoca ex-dirigentes do Dnit e da Delta

A CPI mista do Cachoeira confirmou, por unanimidade, a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). As informações abrangem um período de dez anos, como as demais quebras aprovadas na comissão. Os dois governadores já haviam anunciado na quarta-feira (13) que estavam dispostos a abrir mão espontaneamente dos sigilos.
Sem convocação
E em duas votações apertadas, a CPI decidiu não convocar o ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, e o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot.
Momento “adequado”
Nos dois casos, o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG) considerou não ser o momento mais adequado para a realização dos depoimentos, o que gerou protestos principalmente de alguns dos parlamentares do PSDB, do DEM e do PDT, que ameaçaram deixar a reunião em protesto.
Cavendish
O depoimento de Fernando Cavendish foi rejeitado por 16 votos a 13. Ao justificar a decisão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que está na hora de a CPI se dedicar ao grande volume de documentos e informações já recebidos para evitar a realização de outros “depoimentos infrutíferos”. “Corremos o risco de sermos desmoralizados de novo. Ou alguém acha que Cavendish chegará aqui disposto a falar tudo o que sabe?”, questionou Ciro Nogueira.
Pagot
Os requerimentos relativos à convocação de Pagot foram rejeitados por 17 votos a 13. O relator Odair Cunha afirmou que a CPI vai ouvir o ex-diretor do Dnit segundo a conveniência da comissão e não conforme o desejo do próprio Pagot, que disse, em entrevista à imprensa, estar disposto a falar aos congressistas.
“Se quiser denunciar algum crime, tem meios para isso e pode procurar a Polícia Federal. A conveniência ou não da declaração dele pode ser motivada por interesses políticos e partidários”, afirmou.
Dilma Rousseff
A apresentação de um requerimento de convocação da presidente Dilma Rousseff também provocou tumulto entre os parlamentares. Deputados e senadores do PT alegaram ser uma afronta à Constituição a tentativa de chamar a presidente para prestar esclarecimentos. A iniciativa partiu dos deputados do PSDB Carlos Sampaio, Fernando Francischini, Domingos Sávio e Vanderlei Macris.
O presidente da CPI Vital do Rêgo (PMDB-PB) interveio de forma enérgica e anunciou que, embora já tivesse sido protocolado na secretaria da comissão, o requerimento seria rejeitado de imediato.
Com informações da Agência Senado
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