Deputados cearenses pressionam por afastamento de Cunha

A revelação de mais detalhes das contas na Suíça do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), aumentaram a pressão política para que ele deixe o comando da Casa. Nos últimos dias, ele perdeu o apoio de partidos de oposição, como o PSDB, principal responsável por mantê-lo no cargo até agora.
“O PSDB nunca apoiou a permanência do deputado Eduardo Cunha na presidência da Câmara Federal depois que ele teve acusações de receber dinheiro ilícito e, agora, que o caso está nas mãos da Comissão de Ética o partido ficou mais afastado ainda”, assegurou o tucano Raimundo Gomes de Matos, observando que a defesa de Cunha é frágil.
O parlamentar, por sua vez, disse esperar que o Senado deixe a Comissão de Ética fazer o seu trabalho sem qualquer intervenção, lembrando que o presidente da Casa é correligionário de Cunha e também está envolvendo em ilicitudes. Gomes de Matos afirma que a expectativa agora é o relatório final da Comissão de Ética, pois, segundo ele, já foi comprovado a existência de dinheiro ilícito.
Renúncia
Para o tucano, Eduardo Cunha, tem que renunciar, até como forma de não prejudicar o andamento dos processos de impeachment que tramitam na Câmara contra a presidente Dilma Rousseff. Cunha, conforme Gomes de Matos, perdeu moral para questionar o Planalto.
Na mesma linha, o deputado Chico Lopes (PCdoB) defende o afastamento de Cunha. Para ele, o peemedebista já era para estar fora do cargo, seja por renúncia ou qualquer instrumento. Por outro lado, observa que a Câmara Federal é uma casa política com opiniões diferentes, onde cada parlamentar tem postura particular. Ele lembra ainda que alguns deputados foram eleitos com a ajuda de Eduardo Cunha e, por isso, esses, naturalmente, vão estar do lado dele defendendo o seu mandato que, agora, está nas mãos do Conselho de Ética.
Conforme o comunista, Cunha não está conseguindo provar sua inocência diante das acusações que surgem contra ele, como o recebimento de dinheiro ilícito, e, isso, já deve ser o suficiente para que ele seja expulso da vida parlamentar. O deputado analisa que o melhor para Eduardo Cunha seria renunciar ao cargo e ao mandato para resolver logo a questão.
Bastidores
O deputado Danilo Forte (PSB) foi mais cauteloso ao analisar o assunto. Entretanto, disse que, se a Comissão de ética deliberar pela cassação, acompanhará a decisão. “As denúncias tomaram dimensão muito grande e, no mínimo, causa constrangimento, tanto a ele quanto a Casa, que está sendo presidida por alguém investigado por atos ilícitos”, destacou, acrescentando que, por outro lado, não se pode negar a ampla defesa e o contraditório e, por isso, enquanto não houver deliberação ele não pode ser afastado do cargo, a não ser que Cunha renuncie.
Além disso, o socialista informou que, nos bastidores, o Governo está jogando para mudar o foco do debate. Antes, o centro do debate era o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Com informações do OE
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