Em pronunciamento, Dilma diz que vai receber líderes pacíficos, mas critica violência

Em seu primeiro pronunciamento em rede nacional de rádio e TV sobre os protestos que tomaram conta do país, a presidente Dilma Rousseff disse que vai convidar representantes dos manifestantes, mas afirmou que os órgãos de segurança têm “dever de coibir dentro da lei toda forma de vandalismo”.
“Asseguro a vocês: vamos manter a ordem”, afirmou. “Os manifestantes têm direito de questionar tudo e propor mudanças. Mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira”, disse.
“O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos”, afirma.
“Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que do Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas”, disse, repetindo o elogio ao papel das manifestações para a democracia que já havia feito em fala na terça-feira passada.
Reunião
Dilma afirmou ainda que vai chamar presidentes de outros Poderes, governadores e prefeitos para discutir a agenda de reivindicação dos manifestantes, o que pode acontecer na segunda-feira. “A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada. E ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros”, afirmou. “Não vou transigir com violência e arruaça.”
Em debate
Em sua fala, a presidente elencou três pontos que vai discutir nestes encontros: uma reforma do transporte coletivo urbano no país, a aprovação de projeto destinando a receita de royalties do petróleo para investimento em educação e também disse que vai “Trazer milhares de médicos para melhorar o atendimento no SUS”.
Sistema
Ela falou em “oxigenar o nosso sistema político”, mas defendeu a estrutura partidária vigente –e citou como interlocutores não só manifestantes, mas também sindicatos e movimentos sociais. “Instituições e governos devem mudar.”
Copa
Mostrando sua preocupação com os reflexos negativos na imagem do país em plena Copa das Confederações, a presidente afirmou que o brasileiro, que sempre é bem recebido no exterior, precisa receber muito bem os estrangeiros visitando o Brasil. Ela disse ainda que o país irá fazer uma “grande Copa do Mundo” em 2014, refutando os boatos de cancelamento, e procurou defender as obras do evento –a conta já bate em R$ 30 bilhões, mais do que a soma das três Copas anteriores.
A presidente afirmou que não foram usados recursos da educação e da saúde na construção dos estádios, mas financiamentos que terão de ser pagos pelos Estados e empresas responsáveis pelos projetos.
Com informações da Folha.com
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